sábado, 3 de novembro de 2012

Pode chamar do que quiser... eu chamo de BOM SENSO!

Tem uma coisa que decidi eliminar da minha vida: ler apenas por curiosidade.
Isso acontece muito hoje em dia. Se algo faz MUITO sucesso, mesmo tendo uma crítica deplorável - inclusive por parte daqueles que já leram como público comum e não profissionais da área - a maioria das pessoas resolve ler. Os termos utilizados geralmente são: para tirar a prova, criar minha própria opinião, ver se é tão ruim assim mesmo... etc... Não importa a desculpa, isso resume-se em uma palavra: CURIOSIDADE! Pura e simples... Se for polêmico então...

O problema é que isso faz aumentar o ibope do que não presta. Você pode não ter gostado, mas comprou, leu, assistiu, baixou... E nas estatísticas o que vale são os números. A quantidade, em detrimento da qualidade, define um sucesso atualmente (ou um fenômeno, como adoram dizer).

Um exemplo disso é o Latino que bate o pé que sua versão da música do Psy é um sucesso porque teve não sei quantos milhares ou milhões de acesso no YouTube, ignorando solenemente a linha vermelha logo abaixo que atesta que não é só porque o vídeo foi acessado que foi aprovado. Muito pelo contrário. Nunca vi uma porcaria pseudo-musical ter tanta rejeição por parte do próprio público. Nas mídias tradicionais a "música" foi simplesmente banida.

Sinceramente, até hoje não vi o clipe nem da música coreana original. Só conheço de ouvir na TV e nas festas que vou a trabalho. Mas conheço as 2 letras porque já li no Facebook.

No entanto, embora a "obra" (cof... cof...) seja do mesmo nível, este post não é pra falar do Latino e suas "músicas".

Já demonstrei aqui diversas vezes meu desgosto com Crepúsculo que, este sim, eu fui ler por curiosidade e fiz minha resenha.
Mas tudo tem limite!
Tem um novo livro circulando por aí, derivado da série citada acima (fanfic adaptada), só que em versão 'hot'. E me surpreendo com a quantidade de gente lendo e depois comentando, geralmente falando mal.
Ao ver isso, foi então que decidi: não leio mais por curiosidade aquilo que
1) claramente tem qualidade duvidável
2) esta óbvio que só vai me irritar e me fazer perder tempo precioso.

Pode chamar de preconceito, de recalque, do que quiser... pra mim, não dar ibope ao que não presta é apenas BOM SENSO!

Minha crítica, nem de longe é ao conteúdo e tema abordados.
Minha crítica é à falta de qualidade literária mesmo, além é claro da falta de criatividade. Se eu detesto Crepúsculo, que sentido faria eu comprar uma fanfic editada do mesmo???

E talvez esteja se perguntando porque eu não cito o nome, nem posto imagens.
Li há uns 2 meses (e estou devendo publicar a resenha da série completa) o livro Extras. Bem, uma coisa que achei interessante é que 2 personagens famosos que não gostam de um 3º que também é famoso, justamente pela falta de qualidade em seu canal,  nunca dizem o nome deste 3º, porque se eles falarem estarão dando ibope pro cara do mesmo jeito. (a economia se baseia em popularidade. Explico melhor na resenha).
Sabe aquela velha frase "fale bem ou mal, mas fale de mim"? Então...

Tem tanta, mas TANTA gente realmente BOA e ÓTIMA por aí, lutando para ganhar espaço... Seja na literatura, na música, enfim... em todo tipo de arte... e porque nós continuamos dando ibope pra tanto lixo???
A questão toda, é claro, gira em torno do dinheiro: quem tem mais condições de fazer uma publicidade maciça atinge o público mais rápido.

O problema é que estamos perdendo a capacidade de procurarmos por nós mesmos conteúdo com maior qualidade!
Não vejo problema nenhum em gostar do que está na moda, desde que com senso crítico aguçado, desde que não deixemos de também procurar o que nos agrada mais por conta própria, ao invés de apenas engolir passivamente o que nos é empurrado pela mídia... ou até mesmo, que não deixemos de criar coisas melhores se achamos que o mundo está carecendo de coisas melhores.

Em suma: é triste constatar que estamos nos deixando EMBURRECER!
E isso não é só no Brasil, ao contrário do que muitas vezes pensamos... afinal, o livro citado foi escrito por uma americana, certo? E primeiro fez sucesso lá, antes de vir pra cá traduzido.


Ah, e por favor, parem de dizer que isso é livro pra mulher. NÃO ME OFENDA, POR FAVOR!!!
Meu cérebro agradece!


E, Emma querida, NÃO destrua sua carreira entrando nessa roubada, please!!!

2 comentários:

NaiaraAmeba disse...

Eu nunca concordei tanto com algo na minha vida. Ok, talvez várias vezes, mas eu gostaria realmente de ressaltar o quanto eu entendo, me identifico e apoio o que você colocou aqui. Salientando, inclusive, o papel da publicidade em empurrar goela abaixo no público aquilo que está na moda.
Li Crepúsculo antes de virar moda. O primeiro livro, ok. No segundo, eu diria que foi poesia vogon demais para que eu pudesse querer continuar.
Ainda bem que eu nunca sofri com esse impulso de ler por curiosidade. Se as pessoas que se mostram prudentes em suas opiniões julgaram como não vale a pena, eu sou uma boa menina e acredito, não importa o quanto a massa olhe para mim em choque quando eu digo "não, obrigada".
Outra coisa também importante é a questão do respeito a opinião diferente. O mundo seria particularmente chato se todo mundo gostasse das mesmas coisas, e eu tenho problemas em entender porque certas pessoas adoram criticar o fato de você amar ou odiar algo. Um ex professor dizia, se referindo especificamente a música: Você só gosta daquilo que entende. Eu vejo esse entender de modo amplo, e aproximo-o bastante com uma outra palavra importante: identificação. Afinal, de algum modo, você tem que se identificar com a coisa para gostar da mesma. pode ter uma qualidade excelente, mas, ainda assim, o mundo não pode te obrigar a gostar.
Importante salientar a parte do não é só no Brasil... Na verdade, nosso grande problema é importar uma série de porcarias que fizeram sucesso lá fora com uma publicidade enorme para as menininhas que se deixam influenciar pelo velho jargão de que tudo que vem do norte é bom.
Viver em um mundo onde um volume enorme de informação é facilmente acessada requer MUITO bom senso. Uma pena que a maioria das pessoas não tenha.

Tina disse...

Naiara, sobre criticar o gosto / opinião alheia eu concordo em partes. Afinal, sem a crítica não haveria debate sobre nada e aí não haveria evolução.

O problema é que hoje em dia - principalmente a molecada - critica assim "você é feio, bobo e chato. Vai tomar no &#" OU "Vou te xingar muito no Twitter".

Falta senso crítico, capacidade de manter uma discussão bem nivelada, capacidade de análise e de criar argumentos válidos para defender o que se gosta e 'atacar' o que se considera porcaria.

Outro dia fiz um longo comentário em uma página do facebook analisando os motivos das comparações entre HP e Crepúsculo. Uma garota respondeu que se eu não gostava de Crepúsculo, como eu podia saber tanto?
Eu respondi que se quero falar a respeito de algum assunto, NO MÍNIMO, eu tenho que saber do que estou falando e não apenas ficar xingando com erros absurdos de português.

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