segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Série: Feios, Perfeitos, Especiais e Extras

Perdoem a demora para publicar sobre esta série que li há tantos meses.
Eu escrevi sobre cada um em forma de rascunho logo após ler, justamente no intuito de não demorar para publicar. Ironia, não? Só que eu estava tendo dificuldades para organizar as ideias a respeito dos 3 últimos e para piorar eu rasguei e joguei fora sem querer uma parte dos rascunhos. Felizmente, eu ainda lembrava tudo de cabeça. A dificuldade estava, de fato, em por as ideias em uma ordem que ficasse compreenssível para ser publicada.
Espero que tenha ficado pelo menos bom. Eu sou suspeita para falar por ser perfeccionista e nunca achar que o que faço está bom, o que, como neste caso, pode me atrapalhar bastante.

Eu já escrevi antes sobre Feios aqui no blog, mas hoje considero aquele post extremamente insatisfatório.
Reli porque FINALMENTE, depois de muito tempo do lançamento, consegui comprar os 2 últimos: Especiais e Extras. Como grande fã da série não via a hora de terminá-la.

Uma coisa que me agrada particularmente nesta série - e em outras histórias do gênero distópico - é que não segue a famosa Jornada do Herói.


FEIOS
26 de Agosto de 2012

Feios é um livro instigante e contestador desde o início. É um livro sobre uma futura sociedade distópica que mesmo sendo voltado ao público adolescente toca em diversas feridas nossas atuais, desde a busca pela beleza extrema e a alienação dos jovens até questões ambientais e a nossa grande fragilidade: a dependência de recursos naturais que podem estar fora do nosso controle.


É particularmente esquisito ler sobre os Enferrujados e notarmos que se trata de nós mesmos!
Scott Westerfeld mostra bem como somos estúpidos com nossas obras faraônicas, mania de grandeza e neuras por buscas eternas e muitas vezes inalcançáveis. Por outro lado, nos mostra que esse novo mundo formado por Cidades-Estado auto-sustentáveis e com um "sistema comunista" também está muito longe de ser a realização de um sonho utópico.
Muito pelo contrário, Nova Perfeição é uma distopia, o contrário de utopia. A utopia corrompida.

Por trás de uma fachada de perfeição, paz e sustentabilidade há um mundo assustadoramente perverso e controlador, onde a liberdade é uma ilusão.
Tão assustadora quanto as questões que envolvem a cirurgia que transforma os feios adolescentes em adolescentes perfeitos é a nulidade cultural. Ou melhor, a cultura foi substituída por uma nova pseudo-cultura. E quando pensamos nisso é impossível não reparar que é bem parecido com a fase que passamos atualmente, tanto a nulidade cultural quanto a busca exagerada pela perfeição e a manipulação da forma de pensar das massas pela autoridade vigente e/ou pela mídia.
Claro que no livro isso tudo é num grau muito maior, levado ao mais absoluto extremo!

Um exemplo de como a cultura (no sentido de agregar conteúdo e ensinar a pensar por conta própria) foi praticamente dizimada é que as pessoas sequer sabem escrever à mão. "Não é mais obrigatório na escola", diz Tally.

Tally a princípio pode parecer uma jovem tola e sem grandes e verdadeiras ambições. Mas, como ouvi hoje na TV, "é impossível compreender as pessoas sem conhecer a cultura e época em que vivem". Tally é apenas fruto do contexto cultural de Nova Perfeição e do que os professores da escola de Vila Feia fizeram ela - e a grande maioria - acreditarem. Como bem diz David:
"Essa é a pior coisa que eles fazem com vocês. (...) O maior estrago é causado antes mesmo de eles pegarem um bisturi: todos vocês sofrem uma lavagem cerebral para acharem que são feios."
E o livro Feios trata justamente disso. Aos poucos vai ficando claro que Tally não apenas está amadurecendo, como está descobrindo que tem muito mais força, inteligência e consciência do que ela própria imaginava!
Enquanto isso, Shay é apenas o que podemos chamar de uma "Maria vai com as outras". Não vejo nela uma verdadeira crença nos ideais da Fumaça, mas sim uma garota que se deixa influenciar facilmente e tem desespero por ser aceita e admirada. Ao conhecer Tally e ver esse magnetismo natural que ela tem, Shay passa cada vez mais a querer ser Tally. Um problema que também é bem comum na adolescência.


PERFEITOS
30 de Agosto de 2012

SPOILERS SOBRE OS LIVROS 1 e 2

Em Perfeitos, Tally se tornou uma perfeita e se tornou uma adolescente comum de Nova Perfeição.

A cirurgia apagou, pelo menos a princípio, sua memória dos seus tempos de rebelde. Não apagou totalmente, é claro (pois do contrário ela não teria histórias para contar aos Crims), mas as partes mais perigosas para o governo de Nova Perfeição foram, teoricamente, alteradas ou destruídas. Bom, isso em teoria.

Porém, certos acontecimentos fazem com que seu cérebro comece sozinho e muito lentamente a se regenerar. Naturalmente, no início ela fica confusa. Até porque, nada sai de acordo com os planos traçados em Feios.



Mas o que eu achei mais interessante neste período confusa da vida de Tally - especialmente sobre como ela se sente em relação aos rapazes - é que Scott conseguiu captar a essência da adolescência feminina. É bem como uma garota se sente: confusa e desorientada até certo ponto. Não é preciso ter o cérebro alterado pra se sentir assim. É óbvio que no caso de Tally a cirurgia piorou tudo!
O abalo na amizade entre Tally e Shay também é típico da adolescência.

Mas Tally não se pode dar o luxo de ser uma adolescente comum, seja avoada ou não.
Aliás, falando nisso, as gírias são um ponto forte deste livro, pois são uma tentativa destes jovens de descrever como se sentem por dentro. A diferença do cérebro alterado ou não. Se você ler com atenção é possível compreender exatamente o que eles querem dizer.

Quando li este livro da 1ª vez, como li em apenas em 1 dia pelo desespero de saber o que aconteceria com os personagens, algumas coisas não ficaram muito claras para mim!

A parte sobre a tribo é bastante interessante quando notamos que há ali mais do que um estudo antropológico. O objetivo é estudar como o cérebro humano funciona para aperfeiçoar a cirurgia o que nos mostra o quanto este sistema de Nova Perfeição é perverso além dos limites.

Um diálogo entre Tally e seu amigo mais antigo, Peris, antes dela fugir me chamou particular atenção, pois ele ilustra um dilema comum: por um lado devemos respeitar as diferenças de estilo de vida e de escolhas. Por outro lado, até que ponto este respeito deve ir quando vemos que a pessoa está optando por um estilo de vida prejudicial para si própria? Mas, afinal, quem pode julgar o que é de fato prejudicial ou não? (pois isso pode variar dependendo do ponto de vista).

"- Não quero ir embora da cidade.
- Mas passamos esse tempo todo esperando por isso.
- Eu não - disse Peris. - Sempre gostei de ser um Crim e de ficar borbulhante. Acontece que nunca achei que fôssemos chegar tão longe. Ir embora para nunca mais voltar?
(...)
- Peris, pense bem. Sem nenhum de nós por perto, você não vai mais ficar borbulhante. Vai voltar a ser um perfeito como os outros.
- Não importa, Tally. Não preciso continuar borbulhante - disse ele, com um sorriso triste.
- Não? Você não acha que...
é muito melhor?

É empolgante. Mas ninguém consegue lutar contra as coisas para sempre. Em algum momento, você é obrigado a...
- Desistir?
Peris fez que sim, ainda com o sorriso no rosto. Para ele, desisitir não era algo tão negativo, e lutar só valia a pena enquanto era divertido."
Agora, um ENORME SPOILER SOBRE O FINAL:

Maddy mostrou-se uma pessoa horrível!!!
Não sei se ela fez de propósito - por vingança - ou sem querer. Mas eu passei a detestá-la depois do fim de Perfeitos.
Já viu uma médica enviar remédios sem prescrição, sobre qual a forma correta de tomá-lo?
E ela ainda teve a cara de pau de culpar Tally pelo que acontece ao Zane!

O final de Perfeitos é bastante triste e até chocante. O tipo de final que faz nós, garotas, chorar bastante e se colocar no lugar dos personagens.
Mas o que eu mais gostei que é que Scott não cria personagens perfeitos (em outro sentido da palavra). Todos são humanos, por mais nobres que sejam.
Todos tem problemas, sentem ciúmes, raiva, dor, tristeza, rancor, conflitos, confusões...
E Shay... bem, esta pra mim é totalmente desequilibrada  Tenho certeza que ela já precisava de tratamento psicológico antes mesmo da cirurgia. (estou ansiosa pelo lançamento do Mangá que mostra o ponto de vista dela das histórias. Ainda não saiu em português, mas já tem 2 volumes em inglês)

Outra coisa interessante é que o erro médico de Maddy acabou sendo uma experiência bem sucedida, vendo por outro ângulo, pois demonstrou que algumas pessoas tem a capacidade de lutar sozinhas contra as lesões. O que me lembra que algumas pessoas tem mentes mais fracas (Peris, Shay) e outras mais fortes (Zane, David, Tally).
E como dizem os Jedi, truques só funcionam em mentes fracas.


ESPECIAIS
1 de Setembro de 2012


Não tem como falar de Especiais sem revelar SPOILERS!!!

Especiais
foi um tanto frustrante para mim, mas traz informações reveladoras, esclarecedoras.
Quando foi anunciado o lançamento do livro no Brasil o 1º capítulo traduzido foi liberado na internet. Eu li e não gostei muito, achei muito esquisito, mas pensei que afinal, era só o 1º capítulo. Nos outros a história melhoraria.

Eu não quis comprar em pré-venda ou logo após o lançamento por causa do problema que tive com a compra de Perfeitos. Acabei esperando até demais e comprei Especiais e Extras juntos.

Eu achei Especiais meio decepcionante. Não foi o grand finale que eu esperava.
Os outros livros nos fizeram realmente temer os Especiais.
Mais do que a aparência assustadora e a força física eles pareciam ser absurdamente astutos, combinação que os tornava extremamente perigosos. E aí em Especiais temos os Cortadores, que seriam Especiais mais que Especiais e, no entanto, eles só me pareceram um bando de adolescentes inconsequentes a quem foi dado poder ilimitado. Deslumbrados demais com as novas possibilidades, mas sem responsabilidade nenhuma e com isso quero dizer que alguém que é pura razão mediria melhor as consequências, tanto para si mesmo quanto para o todo.
Afirma-se que eles são uma evolução dos Especiais 'comuns', mas me pareceram mais uma involução.

A relação com David desanda de vez (pelo menos se comparado aos acontecimentos de Feios)... Zane, bem... melhor deixar pra você descobrir, mas eu diria que já era esperado. Aliás, acho que essa é a única maneira de resolver um dilema de shippers tão complicado. Eu sinceramente não tinha um ship preferido. Impossível escolher entre esses dois.

Se em Perfeitos eu já tinha achado a tribo de Andrew bizarra demais, isso não é nada comparado à loucura do Arsenal em Especiais. Achei que teve muita viagem na maionese, um excesso de mirabolância, mesmo para uma história futurista.

Mas Especiais é esclarecedor em relação às cidades.
Neste livro descobrimos que Nova Perfeição não é nem de longe uma cidade comum ou modelo. Muito pelo contrário, ela destoa bastante das outras e então vemos que o que Tally, desde Feios, considerava normal, achava que era igual em todo lugar, só existia na sua louca cidade.

A Dra. Cable teve um final, digamos, apropriado.
Porém, para mim pelo menos, as decisões finais de Tally foram decepcionantes. Eu esperava que ela quisesse voltar a ser a mesma Tally de sempre, embora seu receio seja mais que compreensível.
Eu disse que em Perfeitos Scott captou bem a essência dos conflitos da adolescência, mas neste livro ele perde a mão, exagerando em uma Tally que apesar de mais que Especial se torna fraca (não fisicamente, mas psicologicamente), indecisa, chata, enfim... que não é tão pró-ativa. Seus conflitos internos ofuscam a história, a ação, os acontecimentos importantes para a história e ela passa boa parte do tempo fora de onde tudo acontece.

Sabe o que Peris diz em Perfeitos, que eu colei lá em cima? Pois bem, ele nos surpreende em Especiais.

Especiais vem para mostrar o que já sabemos há muito tempo aqui no nosso presente de Enferrujado: nenhum regime controlador, autoritário, cruel... consegue durar pra sempre. Sempre haverá um momento em que mesmo o mais alienado dos povos vai conseguir acordar, ainda que devagar, e encontrar uma brecha para se libertar. Não existe sistema totalitário absolutamente vedado!

O ponto fortíssimo do livro pra mim - apesar de não concordar com a decisão de Tally de não voltar ao 'normal' (ou seja, como ela era sem cirurgia nenhuma) - foi a carta final dela. Achei... perfeita.

Obviamente a crítica social continua lá, impecável! No entanto, o que achei mais chocante de tudo começa a ser mostrado em Especiais mas fica mais evidente e comentarei melhor em Extras.


EXTRAS
7 de Setembro de 2012

Não tem como falar de Extras sem revelar SPOILERS!!!

Se você, como eu, espera que este livro seja mais uma aventura com nossos personagens queridos e conhecidos, você vai se decepcionar a princípio. A história começa em uma cidade japonesa com personagens novos. Mudança total de cenário! E, pasmem, a cidade de Aya (a personagem principal deste livro) é mais louca do que Nova Perfeição!


A sinopse deste livro pode ser enganosa. Foi pra mim pelo menos.

"Aya Fuse ocupa uma posição insignificante na sociedade. Não fez nada importante, seus vídeos são pouco acessados e, para piorar, ela é uma Feia e Extra em uma cultura na qual a perfeição foi substituída pela fama. Todos estão fazendo o melhor que podem para chamar a atenção e, quem sabe, ocupar o topo do ranking da popularidade."

Imaginei que teríamos, como nos demais livros, uma forte crítica social, mas não é bem isso. Ela existe, está lá... porém, com menos destaque. Aliás, este é BEM inferior à trilogia principal!


A sinopse, logo de cara, nos mostra uma sociedade que também é bem parecida com o que estamos vivendo com o bum da internet de banda larga nos últimos 5 anos e com os reality shows. Seja feio ou bonito, pobre ou rico, o que interessa é ser POPULAR, mesmo sem fazer nada de realmente útil para si ou para a sociedade. Não é necessário ter cultura, qualidade, inteligência... basta ser popular.

Exemplo clássico disso, além das pseudo-celebridades tipo BBB, são 'músicas' e 'cantores' que fazem sucesso sem conteúdo nenhum, como "Ai se eu te pego" e 'livros' ridículos, como fanfics adaptadas de Crepúsculo. Sem contar jogadores de futebol ganhando milhões de dólares, enquanto professores que são essenciais para formar uma futura sociedade consciente não ganham nem 5 salários mínimos.

Sobre o tema, recomendo altamente estes vídeos (e outros) do Felipe Neto (dos mais recentes para os mais antigos) que ilustram perfeitamente como JÁ estamos vivendo neste tipo de economia baseada em popularidade vazia e que se ampliou muito graças aos avanços da internet, mas que sempre foi comum no meio escolar (nós, nerds, conhecemos muito bem essa realidade desde sempre!):

Celebridades Estúpidas
"... eu acho que isso é a raspa do fundo do poço da inutilidade do consciente da psicologia da falta de recurso de não ter nada para oferecer e ser um belo de um otário que quer ganhar dinheiro fazendo essa porcaria que não serve pra nada e pra ninguém."

"... mas uma vez eu vi um exemplo desse tipo de comportamento muito nítido bem na minha frente com uma pessoa com quem eu estava gravando um comercial e depois, no final da gravação desse comercial, eu vi essa pessoa puxar o celular, abrir o Twitter, fingir que era a própria assessora e dizer lá: 'aqui é a fulana de tal, assessora do fulano de tal. Eu só queria dizer que o fulano de tal vai estar no aeroporto da cidade tal a tal horas'. Era o próprio cara fazendo isso."

"...fulaninha se desculpa por usar esmalte de meio milhão de reais"


A Fazenda e Big Brother
"...apareceu na TV: sou fã"
"...não é possível que as pessoas continuem achando isso legal. Não é possível que ninguém perceba e ninguém questione e fale: olha só, o meu cérebro está sendo estuprado nesse momento!


Cultura da Bunda
"...e o mais legal é que a gente trata ela como exemplo, como uma coisa bacana. A gente vai atrás, a gente clica nas notícias, a gente clica nas matérias pra ficar vendo as fotos."


Putaria Para Aparecer
"...o problema é quando você baseia a sua vida SÓ em aparecer"


Fiukar


Sub-Celebridades
Perfeito o que ele fala no vídeo abaixo sobre a audiência dada na internet para porcarias a partir do momento em que você clica ou que você fala a respeito. O velho "fale bem ou fale mal, mas fale de mim!" Isso é bem abordado em Extras.



Mas, voltando ao livro:

Tally e os demais personagens dos outros livros aparecem, porém demora bastante.
É importante observar que tanto na cidade de Aya quanto em Nova Perfeição o sistema vigente naquela cidade não é igual para o resto do mundo, pois cada cidade é independente. E por isso eu as chamo de Cidades-Estado. Embora o sistema baseado em perfeição estética da população existisse em todas.

Então, cada cidade achou uma alternativa que melhor se adaptasse à sua própria realidade depois da Libertação proporcionada por Tally e seus amigos. No caso da cidade de Aya, a alternativa foi criar um sistema econômico baseado em fama e em créditos.
Não existe dinheiro, propriamente dito. Mas se você é famoso é automaticamente rico, pois tem direito a todo tipo de privilégio. Quanto mais famoso, mais 'rico', mas privilégios e mordomias! Antigamente, quando todos eram perfeitos qualquer pessoa podia solicitar um certo tipo de roupa. Depois da Libertação, devido às expansões, as coisas ficaram mais escassas, de modo que somente quem é muito famoso ou tem muitos créditos podem fazer uso de certos artigos ou certas solicitações.
Créditos se baseiam em mérito: trabalho, estudo, voluntariado, etc... É uma maneira, por um lado mais fácil de se conseguir as coisas (qualquer pessoa pode fazer, está ao alcance de todos), mas por outro mais difícil pois exige maior dedicação e esforço. Então imagina o que a maioria das pessoas - principalmente dos jovens - prefere? Isso mesmo: a outra alternativa, tornar-se famoso, independente da dificuldade que exista para alcançar esse objetivo (em boa parte movidos também pelo glamour trazido pela fama e não só pela riqueza de posses). E há uma grande semelhança com o YouTube, pois a forma destes jovens conseguirem fama (falem bem ou mal, mas falem de mim) e através de acessos em seu canal de vídeo. E essa rede de canais individuais é ligado à rede da cidade para que o nível de popularidade possa ser monitorado e acessível a todos da cidade.


E aí voltamos à discussão da futilidade, o que nos faz refletir se todos os esforços da Fumaça e de Tally para conseguir a Libertação não foram em vão.
Porque, embora as pessoas não tenham mais seus cérebros alterado e agora possam pensar por conta própria, elas preferem a futilidade e a mediocridade. A superficialidade parece ser um talento nato da grande maioria da humanidade!


O que mais me chocou, tanto em Especiais quanto em Extras foi o extremo a que chegaram as alterações corporais!
Implantes cerebrais que dão acesso à internet, dermantena (que eu odiei desde o início, mesmo com todos os supostos benefícios), cobrinhas no lugar do dedo mindinho... (WTF?), visão artificial, etc... Isso já aparecia em Especiais, mas em Extras vemos que tudo foi levado a um extremo ainda mais absurdo, como mudanças completas da pele (como os pixelados), adição de membros e alterações para se parecerem com certos animais.
Bizarro é pouco para descrever a que ponto esta sociedade chega!
Os jovens fazem milhares de cirurgias e alterações simplesmente porque está na moda!!! Ainda que a medicina seja altamente desenvolvida, é absurdo como ninguém pensa nas consequências... A essa altura posso soltar um grande SPOILER do 1º livro, né? Não esqueçamos que Az morreu em uma cirurgia louca dessas (feita contra a vontade dele, é claro).
Sinceramente, achei TODAS as alterações corporais e cerebrais descritas horríveis e eu não iria querer viver em um mundo assim, cheio de aberrações!
Já a cirurgia do namorado de Aya, Frizz, é até interessante, pois tem um efeito que cria situações engraçadas, constrangedoras e até perigosas.


O que mais me irritou nesse livro é que ele tem muita enrolação e pouca coisa relevante. A história demora demais a se desenvolver, quando as coisas começam a acontecer há mais enrolação... e tudo que você quer é que algo, por menor que seja, se esclareça. Mas nada... Suspense o tempo todo enquanto coisas chatas acontecem.
Todas as respostas e coisas importantes ficaram espremidos nas últimas 50 páginas (o que não acontece nos outros 3 livros) e o pior, é um final tosco com uma explicação tosca!
Há um grande destaque à mudança enorme de personalidade de Tally, que se tornou uma espécie de protetora do mundo, mas também muito rabugenta. David parece ser o único que ainda consegue encontrar uma faísca da antiga Tally ali e é visível que desta vez Tally está com mais dificuldade para reprogramar sozinha seu cérebro, como fez em Perfeitos.
E enquanto Tally se tornou quase insuportável, Shay parece finalmente ter feito terapia e se tornou alguém quase legal.


Outra coisa que me fez desgostar mais do que gostar desse livro foi a personalidade típica dos personagens japoneses. É, inclusive, por esse motivo que não costumo gostar muito de animes e mangás (otakus que me perdoem): os personagens são bem bobinhos.

E eu gostaria muito de entender porque a capa brasileira trás uma loira com olhos comuns, quando sabemos que os personagens são japoneses e usam visão artificial - como é possível ver na capa americana abaixo.

E, enfim... é isso!!! =D


Minhas capas favoritas, da nova edição americana:



4 comentários:

nada complicada disse...

Humm que legal... não li os spoilers porque quero muito ler esses livros... Agora tô lendo as Crônicas de Gelo e Fogo, mas Feios é o próximo da fila...

Bjinhos

Tina disse...

Ah, aposto que você irá gostar.
Apesar de ter achado os 2 últimos não tão bons, eu amo a série!

Obrigada pela visita!
Beijos

Anônimo disse...

gostei. Deixei linkado a sua resenha no meu blog. ;)

Tina disse...

projetosnopapel que bom que gostou. Muito obrigada pelo link.

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