domingo, 31 de março de 2024

Livro: Noiva

 Alguém ainda lê blogs? Não sei.
Mas eu continuarei publicando aqui porque me sinto muito mais confortável escrevendo (mais fácil de organizar as ideias) do que gravando vídeos (ainda não consegui me acostumar ou me adaptar ao tal de Booktok... E, sim, pode me chamar de velha!).

Então, depois de um ano extremamente exaustivo (2023), no qual meu trabalho não me permitiu nem ler e nem escrever... Aqui estou eu novamente em 2024! E eis minha opinião sobre o primeiro livro inédito pra mim que li neste ano: Noiva de Ali Hazelwood.

Eu descobri esse livro através de um vídeo do BookTok de uma criadora de conteúdo de literatura da qual eu gosto bastante (@julibaldini). Porém, temos alguns gostos em comum e outros bem opostos. Ela é grande fã de histórias de vampiros e lobisomens, enquanto que eu nunca me atraí muito por esses seres 'sobrenaturais'. Mas como sou uma entusiasta do gênero fantástico no geral, sempre acabo esbarrando nos comentários e sugestões dessas história.

Além da Juliana falar desse livro com muito entusiasmo, começaram a aparecer pra mim outras recomendações desse mesmo livro. Então, lá fui eu dar uma chance!

Sei que essa autora anda bastante 'hypada' entre os mais jovens por seus livros de romance não-sobrenaturais, mas eu nunca havia lido nada dela e nem me interessava muito. De modo que este foi o meu primeiro contato com uma obra dela. E foi o primeiro que ela escreveu dentro do gênero de fantasia / sobrenatural.

Confesso que no início eu achei MUITO ruim, um estilo de escrita que me pareceu esquisito, que não fluía bem pra mim. O livro é escrito em primeira pessoa, o que na maioria das vezes me agrada bem menos do que os escritos em terceira pessoa. Pensei em abandonar o livro diversas vezes, pois eu estava muito ansiosa para pegar o próximo que escolhi para minha lista de leitura deste ano. Mas, mesmo assim, insisti. Não gosto de largar uma leitura.

Li em versão e-book, e segundo o meu app Aldiko, foi com 33,2% que a história começou a se tornar interessante pra mim, pois é nesse ponto (na página 95 de 283) que é revelada a identidade de LE Moreland. Isso me pegou e começou a me deixar intrigada. A partir daí eu não quis largar mais, não sosseguei até chegar no final da trama.

Vampiros nunca me atraíram de fato, simplesmente "por que não". Quanto às histórias de lobisomem, matilha e alfa, o que sempre me incomodou foi a romantização de relações abusivas, de retratar homens autoritários e grosseiros como "protetores" (o que também acontece em outras histórias, como as de CEO). Mas isso não acontece em Noiva. Lowe Moreland é um líder nato, que sabe ser firme e tomar decisões sensatas sem precisar passar por cima de ninguém. Mas isso tem um peso gigantesco, que o deixa constantemente sobrecarregado (e, o que ele não admite de jeito algum, infeliz). Seu objetivo é justamente encerrar o reinado de terror do Alfa anterior, que ele desafiou e venceu. Já o pai de Misery, que é o líder dos Vampiros, é o total oposto. É o típico déspota que passa por cima de tudo e todos (incluindo os filhos) para se manter no poder, enquanto alega que tudo o que faz é pelo "bem maior".

Misery, a protagonista que conta sua história em primeira pessoa, tem seus próprios motivos para aceitar o acordo de casamento que, em outras circunstâncias, seria totalmente rejeitado por ela. Ela é uma pessoa deslocada no mundo, sem lar, sem referências, sem relacionamentos. Devido à forma como foi criada ela não se encaixa no território de nenhuma espécie: lobos, humanos ou vampiros. Ela é odiada, rejeitada ou ignorada por todos. Sua única família é uma "irmã adotiva" que desaparece. É tudo que ela tem no mundo... até conhecer os Moreland.

A autora criou uma mitologia própria para os seus vampiros e lobisomens: eles são espécies sencientes semelhantes a humanos, porém diferentes, com características próprias (incluindo sangue de cores diferentes do vermelho - e, não, não é azul). Ela tenta justificar tudo com biologia, principalmente genética, mas essa parte não me convenceu muito: não existe possibilidade científica que faça alguém se transformar em um outro animal. Mas ok, vamos forçar a suspensão da descrença aqui! Por esse motivo seus vampiros não são "semi-vivos" ou "seres amaldiçoados pela eternidade", são só uma espécie diferente que pode se reproduzir, embora com dificuldade.

Depois que começam a se entender, o casal protagonista rapidamente desenvolve uma química natural e gostosa de acompanhar. E acho que é isso que faz o sucesso do livro: um casal agradável. Outros personagens também são cativantes, principalmente Ana.

A parte do mistério foi bem desenvolvida e o desfecho me surpreendeu porque não foi o que eu esperava (nem sei o que eu esperava aliás...). 

Por enquanto se trata de livro único, mas o final deixa claramente um gancho de continuação para outro casal se desenvolver. 

Como a maioria dos livros desse gênero, é hot, ou seja: para maiores de 18 anos. As cenas são bem escritas e empolgantes.

Enfim, apesar do início não muito bom pra mim, ele me surpreendeu positivamente e agradeço à Juliana pela recomendação. Não sei se lerei a continuação (que tenho praticamente certeza que sairá, pois hoje toda história que faz sucesso vira um "esquema de pirâmide"), mas não vou ficar ansiosa por ela. Se e quando sair, vou ler sem pressa. Como livro único, foi uma leitura agradável e divertida que posso recomendar até mesmo para quem não é louco por vampiros e lobisomens (como eu). Quanto ao livro físico, se eu encontrar em uma boa promoção, comprarei!

Sinopse na Amazon:

Neste primeiro romance paranormal de Ali Hazelwood, uma aliança perigosa entre uma vampira e um lobisomem acaba se tornando um tórrido caso de amor.

Misery Lark, filha do vampiro mais poderoso do sudoeste, nunca foi bem-vista pelos seres de sua espécie. Ela passa seus dias anonimamente em meio aos humanos, isolada, até que é chamada para firmar um acordo de paz entre vampiros e licanos, seus inimigos mortais. Para isso, será obrigada a se casar com Lowe Moreland.

Licanos são lobisomens cruéis e imprevisíveis, e o alfa do bando, Lowe, não é exceção. Ele governa o grupo com autoridade absoluta, mas também com justiça. Pela forma como acompanha cada passo de Misery, fica claro que não confia nela. E ele não poderia estar mais certo...

A vampira tem as próprias razões para concordar com o casamento arranjado, razões que nada têm a ver com política ou alianças, mas tudo a ver com a coisa que ela mais preza no mundo.

Misery está disposta a fazer o que for necessário para recuperar o que é seu, mesmo que precise viver sozinha em território licano. Ela só não esperava se sentir atraída por seu inimigo... e ainda ser correspondida.

Em Noiva, Ali Hazelwood mais uma vez brinda o leitor com diálogos divertidos e cenas apaixonantes e sexy, mostrando que sabe escrever romances como ninguém.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Muito obrigada pela sua visita e pela mensagem.
Comentário anônimos de ataque gratuitos serão deletados!
Espero que tenha gostado do blog e que volte sempre!