sexta-feira, 27 de novembro de 2020

Filme: Star Wars - Ep VIII - Os Últimos Jedi

 Em 21 de Dezembro de 2017 eu postei em uma página do Facebook a minha opinião sobre este filme SEM SPOILERS. E em 28 de Dezembro de 2017 eu postei a minha opinião neste mesma fanpage COM SPOILERS. São posts realmente MUITO longos e eu vou juntar os 2 aqui no Pereus agora. Achei relevante trazê-los considerando-se que a Disney + / Disney Plus está estreando no Brasil trazendo em seu catálogo as suas produções (que eu chamo de fanfilms de luxo) de Star Wars e quem não teve a oportunidade de assistir o filme na época, poderá ver agora.

Eu já havia feito aqui no blog uma resenha do Ep. VII - O Despertar da Força - se quiser conferir é só clicar no link.

Pela primeira vez desde que me tornei fã, eu NÃO fui assistir um filme de Star Wars no cinema na estreia. Até mesmo The Clone Wars eu fiz questão de ir assistir na estreia. O motivo (de não ir no Ep. VIII) foi o imenso desgosto causado pelo Ep VII – O Despertar da Força. Eu ainda fui na estreia de Rogue One, que foi maravilhoso e valeu a pena... Mas considerando que Últimos Jedi era a continuação direta de Despertar, eu não tinha grandes esperanças de que valeria a pena! Porque por melhor que fossem as intenções do roteirista e do diretor, ainda seria necessário seguir coisas que foram estabelecidas em Despertar da Força, de modo que nem tudo poderia ser consertado. Até certo ponto, os responsáveis pelo Ep VIII estariam de mãos atadas. E esse é o “problema” de continuações desse tipo: o filme NÃO PODE ser analisado isoladamente, porque ele está irremediavelmente preso ao que veio antes... e, ao mesmo tempo, foi por não respeitar esse atrelamento ao passado da saga, que o Ep VII – The Force Awakens causou todo o problema para esta atual Trilogia Disney.

Pois bem, começou o filme e imediatamente me vieram lágrimas aos olhos. Não por emoção, mas de tristeza. Justamente por saber que nunca mais eu sentiria aquela grande emoção ao ver um novo Star Wars no cinema. Pode até não fazer muito sentido, mas foi como eu me senti! Todos os filmes feitos após a compra pela Disney são e continuarão sendo apenas fanfilms de altíssimo orçamento! Pra mim, isso não é Star Wars de verdade! A vantagem de ir com uma expectativa tão, mas tãããããooo baixa é que “o que vier é lucro”! Eu esperava algo muito pior do que o que eu vi. Chegou mais perto de PARECER uma história digna de SW (apenas parecer). De modo que, para mim, foi menos ruim que o Episódio VII.

Algumas pessoas já apontaram que, assim como aconteceu com Ep. VII sendo uma ‘cópia’ da estrutura de Ep. IV, o Ep. VIII ‘copia’ a estrutura do Ep. V. Mas eu acho que este não foi tão simplista. As referências são a todos os 6 principais filmes da saga. Algumas muito boas, mas outras extremamente forçadas ou excessivamente semelhantes (cópias) e vou falar mais delas na parte com spoilers. (Não estou negando que a estrutura principal seja igual a do Ep. V, porque é).

Na primeira metade do filme eu até que me animei! Cheguei a pensar que eles conseguiriam consertar a maior parte dos problemas deixados pelo filme anterior... mas da segunda em diante a coisa toda desandou. Minha indignação foi ao auge na cena do trono. Tem tanta coisa errada ali que nem sei por onde começar.

Mas eu tenho também elogios ao filme. Uma das melhores coisas, na minha opinião, foi que decidiram (finalmente!!!) unir elementos tanto da Trilogia Clássica quanto da “Trilogia Prequel” (detesto esse nome). Tem muita gente que parece que ainda não compreendeu que tanto os mundos ‘sucata’ quanto os mundos modernos e ricos COEXISTEM na galáxia de Star Wars, sendo que a riqueza fica concentrada nos planetas do núcleo da República / Império e os planetas pobres e com tecnologia obsoleta ou até primitivos ficam, em grande maioria, na Orla Exterior ou próximos dela. George Lucas apenas não mostrou a área rica da galáxia nos seus 3 primeiros filmes por FALTA DE TECNOLOGIA no cinema da época em que foram feitos, mas aproveitou a oportunidade de construir uma história mais complexa e visualmente deslumbrante nos 3 últimos filmes. E hoje, com a tecnologia muito mais avançada do que no começo dos anos 2000, foi possível mostrar satisfatoriamente ambas as regiões da galáxia no mesmo filme.

E, falando em tecnologia, esse avanço também causa problemas às vezes. Me incomodou demais o “excesso de firula”, tanto nas batalhas espaciais quanto nas lutas corporais. Tantas acrobacias pareciam estar ali apenas pra dizer “olha o que a gente consegue fazer”, mas eram altamente desnecessárias para contar a história... em suma, sem função além do exibicionismo e vaidade por si mesmos. É muito irônico lembrar da galera que reclamava do “excesso de efeitos” dos Episódios I, II e III e que são agora OS MESMOS (dos fãs velhos, claro) que batem palma para os excessos de Ep. VIII. (coerência pra quê, né?).

Quanto aos personagens novos:
=> Rose foi muito bem construída (é isso que a gente quer, Disney!!!). Ela tem uma relação forte com as pessoas, ela tem entes queridos, ele tem uma ideologia, um propósito, ela tem garra e força sem ser chata...
=> Já o Benício Del Toro... er... deixo pra parte com spoilers. Tenho 2 comparações a fazer sobre ele.

Dos personagens anteriores:
=> Rey monopoliza menos o filme do que em Ep. VII, mas sua personagem continua sendo MUITO problemática!
=> Finn só existe, assim como antes... ele não toma atitude, as coisas o atingem e ele reage e pronto.
=> Poe é tão clichê que cansa!!! Totalmente raso. Para quem tem pouca bagagem cultural, ele certamente convence... mas para quem já viu o personagem “troublemaker” um zilhão de vezes (inclusive em Star Wars mesmo), ele é só mais um cara impulsivo que não pensa.
=> Phasma é jogada totalmente no lixo sem desenvolvimento nenhum e não consegui entender até agora pra quê contrataram uma atriz tão famosa para um personagem que é quase um zero à esquerda e nunca mostra a cara.
=> Kylo melhorou bem, mas continua não sendo grandes coisas... e agora ele divide o posto de moleque mimado com o Hux, que deu mais chilique do que Kylo ao longo do filme. Kylo continua não me convencendo nem por um segundo como filho de Han e Leia... ele não tem NADA dos 2. Teve apenas uma coisinha em que ele demonstrou de semelhança com a família Skywalker (comento na parte com spoilers).

Dos personagens antigos:
=> gostei de algumas coisas que fizeram com a Leia (explico na parte com spoilers) e fiquei feliz de terem dado a ela um papel maior dessa vez (ainda mais sendo o último trabalho da Carrie).
=> Já Luke... Luke é O GRANDE PROBLEMA DO FILME! E não tem como discutir ele sem spoilers...

Uma grande vantagem de Last Jedi – pra mim – em relação a The Force Awakens é que esse filme tem DIÁLOGOS. Não que tudo seja explicado. Muita coisa ficou no ar e não se iludam achando que serão explicadas no Ep. IX, porque não irão. Mas, ao menos, esse explica várias coisas e os personagens realmente conversam entre si, interagem, debatem suas diferenças, explicam o que o outro não está entendendo... etc... Diferente de TFA onde os diálogos se resumiam a coisas ridículas como “solta minha mão, eu sei correr sozinha” ou “ótima pergunta para outro momento” (que nunca será respondida), etc. Essa diferença na qualidade dos diálogos para mim colocou Os Últimos Jedi à anos-luz de distância de Despertar da Força.

Por outro lado, o grande defeito de Ep. VIII foi o excesso de sub-tramas que tornou o filme cansativo e arrastado. Chegou uma hora que eu não aguentava mais, não via a hora do negócio acabar... Quando eu achei que já devia estar acabando (pois parecia que não terminava nunca), começou a tal luta no planeta de sal (não é gelado, gente!). E eu me dei conta que havia esquecido completamente que ainda faltava essa parte (afinal, apareceu nos trailers e posters). E comecei a torcer para que não durasse muito, porque eu queria ir pra casa logo. Muitos cortes, muita coisa acontecendo ao mesmo tempo....

O Episódio VIII também peca quando distorce absurdamente os conceitos da Força APENAS para servir ao capricho do roteirista. Ou seja, é a Força que se adapta à história e não a história que segue a coerência da Força com já foi pré-estabelecida nos 6 filmes originais. E o problema disso é que vira um “poder de Deus”, absolutamente qualquer coisa se torna possível de acordo com a vontade dos personagens (e principalmente dos produtores do filme, claro), sem regras ou limitações, tornando a coisa toda absurda. Todo e qualquer personagem e todo e qualquer tipo de poder PRECISA de limitações para ser crível, plausível... para acreditarmos na existência daquele universo!

O CGI das criaturas (animais) eu achei ruim. Aliás, já tinha achado ruim nos vídeos prévios que a Disney nos apresentou, mas na época eu achei que eles ainda estavam sem acabamento. Me enganei. O bicho é mal feito daquele jeito mesmo... mas, felizmente, eles não tem grande importância na trama, praticamente estão lá só pra enfeitar o cenário em uma cena ou outra, de modo que não tem relevância.


A PARTIR DAQUI CONTINUE POR SUA CONTA E RISCO - RESENHA COM SPOILERS

Nas primeiras cenas de batalha temos duas coisas interessantes: a piloto oriental (esqueci o nome dela) que falece no ataque, porque: não só ela teve um atitude heroica como ela não é apenas uma figurante. Ela tem um motivo para estar lá e receber algum destaque, que descobrimos depois. Isso, pra mim, é uma das coisas boas do filme porque geralmente só vemos os protagonistas tendo (nos filmes) suas atitudes heroicas sendo mostradas com algum destaque e os menos importantes geralmente morrem em uma explosão qualquer, sem sabermos nada sobre eles, como se fossem bonecos descartáveis. Particularmente eu acho muito bom mostrar que todos ali tem sua importância, que cada vida tem valor. O outro ponto é que o filme fez uma ponte com Rebels: essa possibilidade de rastrear naves através da velocidade da luz é um tipo de tecnologia que o Império já havia começado a desenvolver, mas a equipe da Ghost consegue frustrar esses planos (para o bem da Aliança Rebelde... senão nunca haveria Trilogia Clássica). É um ponto positivo do filme porque pelo menos mostra que isso não apareceu assim, “do nada” na história. Só acho que poderia ter sido usado de maneira melhor. POR EXEMPLO: teria sido muito mais criativo se o plot do Ep. VII girasse em torno de uma missão para roubar essa tecnologia para uso da Resistência, ao invés de terem que destruir uma ridícula e para lá de absurda imitação da Estrela da Morte com nome de personagem do velho UE.

Já no começo do filme Poe mostra que não tem o costume de usar o cérebro! Já vimos, um zilhão de vezes, personagens que decidem agir sozinhos em uma missão desesperada para não perder uma chance de ouro que pode não se repetir. Aqui começa a “Síndrome de Desconstrução” do Episódio VIII: eles quiseram, DURANTE O FILME TODO, usar clichês pra lá de batidos do cinema e da ficção em geral, porém mudando o resultado final para “quebrar a expectativa”, em especial a expectativa de final feliz. Teria sido um recurso excelente se tivesse sido usado COM PARCIMÔNIA! Porque NÃO DÁ para você sustentar um filme INTEIRO apenas nisso... Fica parecendo apenas uma caricatura de tudo que já foi feito, ou uma resposta tola e mal criada de um diretor ‘menino mimado’ que queria mostrar ao mundo que é mais esperto que todos os diretores e autores que vieram antes dele.

No caso do Poe, estando no início do filme sem saber o que viria a seguir, eu gostei de mostrarem que é mais fácil esse tipo de atitude impensada dar errado e causar consequências graves à todo o grupo... e mostrar que ele próprio não seria perdoado imediatamente por ser “um piloto especial”. Foi bom que Leia não o tratasse com nenhum tipo de privilégio. O problema foi que o cara, tal qual uma criança mimada (sim, tem muita gente mimada nesse filme) NÃO APRENDE A LIÇÃO, mesmo tendo causado a morte de tanta gente da própria equipe dele, e continua BATENDO O PÉ que está certo e sabe o que faz. Mas ele não sabe. Se formos compará-lo com outra personagem que também tem um “fraco” por explosões: Sabine (de Rebels), é muito mais nova do que ele (uma adolescente), é uma personagem de série animada considerada infantil (mas de excelente qualidade) e que PENSA antes de fazer as coisas. Ela gosta SIM de explodir as coisas, mas só o faz quando necessário... antes de ser uma incendiária, ela é uma ESTRATEGISTA. Mais para frente, na conversa com Finn, não fez sentido nenhum que enquanto eles bolavam um plano para ajudar a Resistência a escapar da armadilha, ele que deveria ser a cabeça pensante do trio só diz: “vamos explodir?”. Ele não consegue pensar em absolutamente nenhum outro tipo de solução pra nada além dessa?

Novamente eles vêm com a “quebra de expectativas” e Kylo não consegue matar (ou tentar matar) a mãe. Dessa parte eu também gostei, porque mostrou que o personagem pelo menos é mais humano e tem mais “camadas” do que foi mostrado no Episódio VII. Matar o pai acabou com seu espírito ele não tem mais tanta certeza se quer continuar sendo um emo de estimação do Snoke.

E aqui vem algo que eu estava super ansiosa para comentar: LEIA!!! Eu não sei até que ponto a Disney deu ouvidos às vozes raivosas dos fãs com o Episódio VII ou até que ponto eles resolveram fazer isso por conta própria... O fato é que FINALMENTE mostraram que SIM, Leia é sensitiva à Força e É CAPAZ de usá-la, o que sugere algum grau de treinamento até certo ponto. Muito gente odiou essa cena e outras que sugeriram a capacidade dela de usar a Força... mas eu AMEI. Porque eles nos deviam uma satisfação por terem fingido que Luke nunca disse a ela, no Episódio VI, que ela tinha o mesmo poder e a mesma capacidade que ele e que um dia iria ensiná-la a usar esse poder! Por que ela não se tornou uma Jedi? Só podemos especular, é claro. Mas acredito eu que, no passado, com a ascensão da Primeira Ordem como perigo real e uma Nova República ainda muito frágil, ela tenha considerado que seria mais útil continuar como ativa e líder na Aliança / Resistência do que enclausurada em uma Academia Jedi treinando, o que poderia levar anos.

Só que com Leia gravemente ferida, começa um dos grandes erros do filme: Amilyn Holdo. Ela é TÃO clichê quanto Poe. Se ele é o típico “troublemaker” sem cérebro, ela é a típica militar arrogante e intragável, que considera seus subordinados escravos burros que devem obedecê-la sem contestar suas decisões arbitrárias, mesmo que isso signifique arriscar não só suas vidas mas TUDO aquilo pelo qual lutaram a vida toda, só porque “eu estou mandando”. Lição pra vida: falta de comunicação em equipe só serve para dar merda! Ninguém tem bola de cristal para adivinhar o que você está pensando!!! Até onde Poe e os outros rebeldes podiam ver ela poderia perfeitamente ser uma traidora entregando-os de bandeja a Snoke!

Toda a parte envolvendo desligar o rastreador tem coisas boas e coisas ruins. O primeiro problema, a meu ver, é que novamente temos um repeteco do Episódio IV: para eles conseguirem fugir é preciso desligar um equipamento do inimigo e alguém tem que ir lá fazer isso pessoalmente enquanto os outros esperam ou fazem outra coisa. Já mostrar o riquíssimo planeta Cantonica e sua cidade Canto Bight onde há o controverso Cassino, foi uma das coisas que gostei pelo motivo que já havia comentado antes: representa uma união da Trilogia Clássica com a “Prequel” (que sempre teve cenários mais modernos e luxuosos por se passar, a maior parte, no Núcleo da galáxia).

O motivo de se mostrar essa cidade é que ficou ruim (uma missão e aventura paralela do Finn e da Rose que só serviu para arrastar o enredo desnecessariamente). Mas eu achei interessante mostrar um cenário novo que ao mesmo tempo lembrou-me muito esse mesmo tipo de estabelecimento que já havíamos visto nos Episódios II e III. A caçada de Finn e Rose pelo quebrador de códigos foi um eco da caçada de Anakin e Obi-Wan pela mercenária Zam Wessel. Bar que também tinha jogos de azar, mas era um ambiente mais popular e menos formal. E, pela riqueza e elegância dos presentes, a cena também me lembrou fortemente a Ópera em que Anakin e Palpatine vão no Episódio III. Então, por isso eu não achei que o Cassino destoasse completamente do tipo de coisa que apareceria num filme de Star Wars. Acho que causou mais estranheza por ser uma aventura paralela com um clima totalmente diferente de tudo que acontecia com os outros personagens. Foi como assistir um filme dentro de outro filme.
Outra coisa foi a tentativa de fazer uma referência a filmes antigos, das décadas de 30, 40 e 50 (na figura do quebrador de códigos que eles procuravam) que ficou extremamente forçada por ser óbvia demais! Referências à filmes antigos era algo que George Lucas faria, mas não de uma maneira tão óbvia e caricata. A cidade de Canto Bight caiu de certa forma no “vale da estranheza” nas cenas urbanas, onde o cenário realmente não parecia pertencer a uma típica cidade dos planetas da galáxia de Star Wars. Não se parecia com nada que vimos nos filmes e nem com a estética das séries animadas, jogos e HQs. O cenário urbano de Star Wars costuma ter uma estética própria que esse filme não soube absorver e respeitar. Ficou mais parecendo uma cidade fictícia rica genérica. E, pela 3ª vez, o filme vem com a proposital (e já ficando cansativa e irritante) “quebra de expectativa” quando a missão de Finn e Rose dá muito errado!

E então, cortamos para Rey chegando na ilha para encontrar Luke. Aqui a “quebra de expectativa” chega ao ponto de ser revoltante. Por causa do que fizeram com Luke? Sim... mas não é só isso! Creio que mesmo quem gostou do Episódio VII se sentiu incomodado nesse momento. Porque a cena continua EXATAMENTE no ponto que Ep VII parou. E em Despertar da Força houve uma tentativa muito insistente de nos fazer engolir uma ENORME carga dramática nesse momento! E tudo isso só para no segundo seguinte virar uma cena de CHACOTA digna da ‘A Praça é Nossa’! Aquela cena foi uma TOTAL chacota com todo o legado dos Jedi, do próprio Luke, com a história de Anakin (afinal, era o sabre dele... que tem simbolismo enorme) e, por fim, uma chacota CONOSCO, os fãs!
Nem preciso dizer que MESMO que Luke não quisesse mais ser Jedi e nem treinar ninguém, ele JAMAIS trataria com tamanho desprezo algo que foi de seu pai (e, vale lembrar, que ele perdeu junto com a mão na Cidade das Nuvens). Aquela cena (considerando o contexto de Luke não querer ser mais Jedi e nem ensinar) poderia até ser aceitável se aquele fosse o sabre de luz da Rey ou de qualquer outro jedi genérico... mas era de Anakin!!!

TODA a história entre Luke e Ben (Kylo) é problemática e só comprovou uma bola que eu já tinha cantado lá no Ep. VII: tanto Han Solo quanto Luke Skywalker foram colocados como dois fracassados, covardes e, pior de tudo, IRRESPONSÁVEIS! E eu tenho até medo de pensar que a ideia imbecil por trás disso tenha algo a ver com uma distorção do feminismo (um radicalismo), pois dos 3 Leia foi a ÚNICA que não fugiu da raia!!! Foi a ÚNICA personagem que não foi distorcida em sua essência. Há quem esteja justificando isso com “muita coisa acontece em 30 anos, eles mudaram...”, mas não estão vendo que o que a Disney fez foi justamente o oposto disso: ELES RETROCEDERAM.! Eles voltaram ao ponto de partida, ao que eram antes do Episódio IV: Uma Nova Esperança. Han VOLTOU a ser um contrabandista egoísta e Luke VOLTOU a ser um garotinho medroso escondido no meio do nada, que precisava ser convencido por alguém a tomar uma atitude e lutar. Esse é o grande problema!!! O que Luke demonstrou é que não amadureceu, não se tornou sábio como um Jedi deve ser, mas involuiu até mesmo como pessoa...

E aí vem as loucas “conversas da Força”. Rey e Kylo de fato precisavam conversar, porque os dois parecem ter o mesmo tipo de poder e ambos parecem meio perdidos, embora obviamente Kylo tenha mais conhecimento do que ela. E é justo, tanto com ela quanto com o expectador, que ambos os lados (do Kylo e do Luke) sejam contados para que se possa montar o quebra-cabeça do passado e entender a situação. Só que, DE NOVO, cagaram na MANEIRA como fizeram isso!
Esse é um dos momentos em que a Força se adapta às necessidades da história e não a história que segue a coerência da Força como já havia sido pré-estabelecida nos 6 filmes principais (a lógica interna da saga).

E, gente... o que foi aquela tentativa de criar uma “tensão sexual” entre Kylo e Rey??? Eu não sabia se ria ou se chorava com ela pedindo pra ele se vestir... Só que mesmo isso sendo muito “nonsense”, os atores foram tão bem que até conseguiram convencer... um outro grande problema dessa Trilogia Disney: atores muito bons (Driver melhorou pra caramba depois do último) em papéis medíocres, absurdos, sem sentido... tendo que dar veracidade a cenas sem pé nem cabeça.

Agora, vamos á treta entre Kylo e Luke: obviamente a coisa toda se originou de um mal entendido (beeem clichê). Luke teve um “surto” desesperado, já tinha se arrependido disso, mas Kylo acorda antes dele desligar o sabre, conclui o pior, destrói tudo e foge. EXATAMENTE onde eles deveriam ter usado a tão querida “quebra de expectativas” eles não usaram.
Primeiro, o plot é totalmente (e porcamente) chupinhado de Anakin: ele ser tentado por uma figura externa de poder político que tem a Força (Palpatine / Snoke), ele se sentir traído pelo seu mestre Jedi (Obi-Wan / Luke), o que só confirma na cabeça dele as ideias que o seu ‘padrinho’ político plantava e, ao se sentir traído, ele destrói tudo ao seu redor (Templo Jedi e Younglings / Academia Jedi e padawans), foge, passa para o Lado Negro da Força e passa a usar uma máscara (desnecessária no caso de Kylo). Uma diferença que poderia ser interessante (entretanto se tornou uma daquelas coisas sem sentido nessa Trilogia Disney) era que Kylo e Snoke não eram Sith... e, portanto, não seguiam a regra de 2. Kylo tinha SEGUIDORES - que ele conquistou para o seu lado na própria Academia Jedi de Luke – os tais “Cavaleiros de Ren”. É dito que ele só matou aqueles aprendizes que eram leais a Luke, mas outros o seguiram. Muito bem: onde estão esses tais Cavaleiros de Ren, que NUNCA deram as caras em 2 filmes inteiros??? E nem sequer foi explicado o que aconteceu com eles...

Quanto ao Luke, não o condeno por ter tido um momento de insanidade, de pensar em ‘cortar o mal pela raiz’. Todo mundo já surtou e pensou em fazer uma enorme bobagem uma vez na vida. O problema foi TUDO que aconteceu DEPOIS disso! Kylo destrói tudo, foge com os amigos para TOCAR O TERROR Galáxia afora... e qual a atitude dele? Ir chorar até morrer numa ilha deserta!!! ERA OBRIGAÇÃO E RESPONSABILIDADE DELE IR ATRÁS DE BEN / KYLO!!! Não somente uma responsabilidade como mentor e Jedi, mas também uma responsabilidade familiar e política!!! Luke era um Jedi que tinha dentro de si esperança suficiente para acreditar que era possível trazer de volta o próprio Darth Vader do Lado Negro da Força e dar-lhe redenção (o que ele conseguiu!!!) Se Luke não desistiu de lutar pela alma de um Sith, ele certamente JAMAIS desistiria de salvar a alma de um jovem padawan (e parente) atordoado!!!

Luke foi o garoto teimoso que se recusou a permitir que os amigos morressem na armadilha de Vader e foi ao encontro deles, mesmo contrariando seus Mestres... Então, não faz sentido nenhum ele se esconder numa ilha enquanto todos os seus amigos e as pessoas inocentes da Nova República sofrem e morrem sob o julgo da Primeira Ordem. Luke não viraria as costas para aqueles que mais precisavam da sua ajuda!!! ELE ERA UM JEDI!!!

E, no meio desse rolê todo, eu fiquei me perguntando: cadê os fantasmas da Força? Cadê Obi-Wan? Cadê Anakin (o mais útil nesse momento)? Cadê Yoda? Cadê a VOZ (pois ele não podia projetar sua imagem) de Qui-Gon? Porque outro argumento muito usado por quem defende esse filme: no final de Episódio VI, Luke era apenas um Cavaleiro Jedi, treinado às pressas e consideravelmente inexperiente. Seria natural que ele fracassasse ao tentar reconstruir a Ordem Jedi sozinho. Até poderia ser... se não fosse o fato de que ele NÃO ESTAVA SOZINHO! Quando, no finalzinho do Ep. VI, os 3 Jedi (Obi-Wan, Yoda e Anakin) aparecem para Luke sabemos que eles estão lá para continuar a guiá-lo nos caminhos da Força como “fantasmas” (Uno com a Força). Lembrem que Obi-Wan continuou ajudando Luke em seu treinamento com Yoda mesmo após a morte! E o problema não é o fracasso... o problema é a AUTOPIEDADE, é a IRRESPONSABILIDADE é o quão PATÉTICO tornaram o personagem e, como já dito antes várias vezes, fazendo-o retroceder ao ponto inicial (coisa que o próprio Yoda aponta: "você continua com a mente longe, nunca no presente"). Um Jedi é ALTRUÍSTA, um Jedi se sacrifica, um Jedi põe as necessidades dos outros e a paz da galáxia acima dos seus próprios interesses e sentimentos!

R2D2 faz uma jogada nostálgica e “convence” Luke a treinar Rey. Mas, repararam, que ele não ensinou NADA a ela??? Ele falou meia dúzia de palavras bonitas... mas, NADA PRÁTICO! Nada como quando Yoda o obrigou a correr, a levantar peso, aprender a meditar e aquietar a mente, ensinar concentração, humildade, escutar a vontade da Força... Luke não passa nada disso para Rey. Só fica resmungando que os Jedi tem que acabar, o que, além de tudo, é um desrespeito à última vontade de Obi-Wan e de Yoda. Temos um repeteco da cena da caverna do Ep. V, só que não foi Luke quem mandou Rey entrar lá... pelo contrário, ele quer evitar que ela use seus poderes. Ela que se sente atraída pelo local e entra no buraco por vontade própria. Ali, então, temos a cena do “Espelho de Ojesed”. Mas, diferente de Harry (Potter), Rey não vê aquilo que seu coração mais deseja... vê somente a si mesma!

E aí aparece o fantasma de Yoda... e, cara.... ATÉ O YODA DISTORCERAM!!! Yoda passou todos os seus 900 anos mantendo e lutando pela Ordem Jedi, para mantê-la viva até o seu último suspiro!!! Aí vem a Disney e o coloca DESTRUINDO UM TEMPLO JEDI MILENAR... (e, detalhe, que ele sendo um FANTASMA não poderia interferir no mundo físico... ele só poderia conversar com as pessoas... mais um momento em que distorcem o funcionamento da própria Força para servir a um roteiro fraco, escrito por quem tinha preguiça de pensar em soluções inteligentes para os problemas que criou... então recorre ao famoso ‘deus ex machina’). Mais triste ainda é a revelação de que Luke nem sequer se deu o trabalho de LER os Livros Sagrados que encontrou no local!!!

E voltamos para Poe e seu motim sem sentido, causado também por um mal entendido totalmente desnecessário à trama, que está lá só para encher linguiça e ARRASTAR o filme até a batalha final: Holdo SE RECUSA a explicar seu plano para os tripulantes, mesmo que com isso tivesse evitado todas as dores de cabeça que teve no filme.

E corta para o Cassino. Não tenho reclamações sobre o “discurso” a respeito da riqueza gerada pela guerra, que quem vende armas está pouco se lixando para quem é mocinho e quem é bandido, porque eles ganham dos 2 lados.... E não me incomodou porque isso não é “discurso politicamente correto”, isso é a VERDADE NUA E CRUA.
E, pelo amor da Força, já deu esse mimimi de reclamar de política em Star Wars... O nome da série é GUERRA nas Estrelas... e NÃO existe guerra sem política. É a política que faz com que guerras aconteçam!!!

O personagem do Benício Del Toro – o tal DJ – para mim foi péssimo. Em comparação com O Império Contra-Ataca ele tenta imitar o papel de Lando Calrissian. Mas, como em todas as imitações descaradas que essa Trilogia Disney faz, há diferenças fundamentais entre o original e a cópia. Lando não era um malando vagabundo. Ele foi um malandro vagabundo no passado... mas naquele momento ele era um empresário e administrador de uma cidade inteira, cheio de responsabilidades e atolado em burocracia com o Império. Quando ele “trai” Leia, Han e Chewie ele estava pensando não apenas em si e nos seus negócios, mas também em todas as pessoas inocentes (seus funcionários!!!) que viviam naquela cidade... (que, por fim, ele precisa mandar evacuar).
Já o tal DJ é só um malandro, vagabundo e ganacioso mesmo...
Na tentativa de ser carismático (sem sucesso) do Benício Del Toro, me pareceu mais que queria imitar o personagem malandro Hondo Ohnaka de TCW e Rebels. Mas não conseguiu chegar nem perto de ser tão cativante!!!
E nesse rolo, DJ os trai e vem, NOVAMENTE, uma cansativa “quebra de expectativa” quando além de não conseguirem quebrar o tal código o tal DJ ainda revela todos os planos da Resistência para a Primeira Ordem... alguém pode achar isso legal, mas só fez com que TUDO que aconteceu até ali, inclusive o cerco à nave, fosse uma GIGANTESCA perda de tempo (dos personagens e dos expectadores). Se era para no fim DIZIMAR toda a Resistência, podiam ter feito isso lá na primeira batalha do filme...

“Ah... mas isso pode acontecer mesmo: uma sucessão de batalhas e planos mal executados que dão muito errado. Isso acontece na vida real”. Sim, acontece na vida real de guerras serem perdidas dessa forma, com sucessivas derrotas e traições... O que não acontece na vida real é uma sucessão tão grande de “quebras de expectativa”. E, além do mais, é um roteiro... e, assim sendo, ele tem obrigação de ir de um ponto a outro... Mas o roteiro de Last Jedi vai do nada a lugar nenhum, especialmente no plot rebelde! Todo esse cerco parece ter sido uma desculpa para Finn e Rose terem uma aventura à parte e Rey ganhar tempo com Luke e Kylo.

Capitã Phasma tem desenvolvimento ZERO. Ela é o “Boba Fett” da Trilogia Disney. Sua única função é antagonizar com Finn, mas nem isso sabe fazer direito. Tudo que ela diz é “lixo”, “escória”, “traidor”. Parece esses trolls de internet que não tem argumento e só fica xingando sem parar, feito uma criança boba. E, enfim, morre de uma forma estúpida. Para o público e para o enredo do filme, ela não acrescenta NADA em nenhum dos 2 filmes que apareceu além de uma armadura reluzente e “estilosa”.

Cansada do mimimi de autopiedade do Luke, Rey resolve se encontrar com Kylo sozinha. E toca copiar o trecho final de Retorno de Jedi quase inteiro. O/A Jedi altruísta (Luke / Rey) se entrega na esperança de trazer o vilão e atual rival (Vader / Kylo) para o Lado da Luz, dispondo-se a se sacrificar aturando tortura do vilão mestre (Palpatine / Snoke) para provar que está certo(a). Aí o vilão (Vader / Kylo) finalmente decide tomar uma decisão e mata o vilão mestre (Palpatine / Snoke).

Uma coisa eu simplesmente não consegui compreender: se Kylo era o “herdeiro” por direito do Snoke, era o próximo na linha de sucessão, POR QUE OS GUARDAS O ATACARAM??? Aquilo não fez sentido nenhum!!! Snoke já estava morto, não havia quem defender... Eles deviam imediatamente servir a Kylo.

Aparentemente foi só para ter “showzinho visual”, com as firulas exageradas de Rey e Kylo lutando lado a lado. Engraçado que é incrível como sem razão alguma Kylo e Rey são MUITO MAIS poderosos do que Vader e Luke. Após a tortura de Palpatine, Luke estava extremamente enfraquecido, mal tendo forças para se levantar e andar. Mas Rey não! Ela é mais poderosa que todo mundo junto!!! Ela fica em pé imediatamente e luta como se tivesse acabado de acordar de uma soneca revigorante. E como raios – e com quem – ela aprendeu a ser uma espadachim tão exímia??? E não me venham falar daquele maldito bastão... uma luta de sabres com múltiplos inimigos nem se compara a nocautear alguns vagabundos do deserto com um bastão! Mas aí vem a cereja do bolo... te dou um copo de suco azul da Tia Beru se você conseguir adivinhar o que é.

SIM, ELA MESMA... A IMPLACÁVEL... A DONA DO EPISÓDIO VIII: A “QUEBRA DE EXPECTATIVAS”. Kylo não está interessado em redenção como Vader estava. Ele não ajudou Rey para voltar à Luz... Ele a ajudou para trazê-la para o Lado Negro junto com ele. E aqui ele, LITERALMENTE, copia a cena entre Anakin e Padmé em Mustafa. Se não foi exatamente o mesmo texto que ele usou, foi uma diferença MÍNIMA, mas com exatamente o mesmo significado: “venha comigo, vamos governar a galáxia juntos, vamos trazer ordem e paz ao meu novo Império”.

E Kylo Ren diz que os pais dela eram só 2 bêbados que não tinham onde caírem mortos mesmo, e que a venderam como escrava. Novamente a Disney faz o público de idiota... primeiro na cena da entrega do sabre e agora com outra beleza de “quebra de expectativa” para dizer ao seu público, aos fãs (que são quem LOTA as salas de cinema na semana de estreia e levam o nome da saga vivo adiante) que passaram 2 anos inteiros especulando totalmente A TOA. Ela é uma ninguém e é só uma Mary Sue Overpower saída do nada mesmo... sem motivo nenhum para ela ser assim, nem mesmo um parentesco de sangue. Sem treinamento Jedi na infância. NADA. O sabre que pertenceu aO Escolhido resolveu escolhê-la aleatoriamente... e você, trouxão, ficou especulando por meses se ela era uma Skywalker ou uma Kenobi. Há quem AINDA esteja especulando, torcendo para que Kylo tenha mentido. Dado o tipo de relação que tentaram estabelecer entre os 2 (olha Reylo aí... pelo menos alguém acertou alguma coisa!!!), pode crer que é isso mesmo. Eles NÃO são parentes!!! (a não ser que resolvam transformar SW em GoT no Episódio IX... Dada a loucura e suruba que isso JÁ está, eu nem duvidaria não...).

Agora... vamos voltar ao POLÊMICO Snoke! A grade reclamação é que ele é um personagem sem background. Ninguém sabe quem ele é ou que ele é. Um personagem sem passado, sem origem... E aí muitos dizem: “mas lá na década de 70, 80 nós também não sabíamos quem era o Imperador da Trilogia Clássica”. Verdade... mas repare que os filmes começam no nº 4: Episódio IV. O que dá a entender que esse passado ainda seria explicado um dia (como foi). Mas nessa nova Trilogia Disney eles não começaram com “Episódio X”... não, eles começaram com Episódio VII e com a “promessa” de explicar TODOS os furos da história em livros e HQs. Ou seja, quem não for “fã hardocre” - que se interessa em ler tudo que sai em materiais extras - simplesmente não vai saber quem é Snoke, como ele ‘tentou’ Ben Solo dentre muitos outros importantes acontecimentos totalmente sem explicação: como se ergueu a Nova República; como apareceu a Primeira Ordem; como Luke iniciou o treinamento de novos padawans; o que são, quem são e onde estão os Cavaleiros de Ren, etc... As trilogias de Star Wars sempre se sustentaram SOZINHAS. Quem nunca leu um livro ou uma HQ ou jogou um jogo do UE conseguia entender perfeitamente a história, porque os filmes sempre foram a LINHA PRINCIPAL e o UE eram extras criados para fãs. Agora a Disney está subvertendo isso, transformando os filmes em supérfulos e o que deveria ser material extra em essencial.
Quer saber quem é Snoke? Pague R$ 50,00 no livro.

Mas meu problema com ele nem é a questão da origem. Meu problema com ele é o mesmo que com a Rey: ser OVERPOWER. Ser mais poderoso que todos que vieram antes dele, ser mais poderoso do que O Escolhido da Força... Antes de morrer Snoke revela que ele é tão, mas TÃO poderoso que foi ele quem fez as longas ligações pela “linha direta da Força” para Rey e Kylo conversarem. Outra vez, os conceitos da Força são distorcidos para transformar um personagem em overpower... porque parece que essa equipe da Disney tem algum complexo muito sério. Afinal tudo tem que ser maior do que antes: a Estrela da Morte, o vilão mestre, a protagonista, o vilãozinho... TUDO TEM QUE SER MAIOR E MAIS PODEROSO QUE ANTES. Não importa se isso vai contra tudo que já foi dito antes sobre as regras e leis naturais desse universo!

A morte de Snoke foi razoável. EXTREMAMENTE CLICHÊ, mas razoável. Ele morreu por pura arrogância: estava mais preocupado em fazer discurso se gabando de ser overpower do que em prestar atenção ao que acontece à sua volta e Kylo foi mais inteligente do que ele ao notar isso e se aproveitar da situação.

Volta para o cerco das naves da Resistência. Leia novamente usa a Força para contactar Luke brevemente. Achei ótimo mostrá-la usando a Força... mas se ela podia fazer isso, por que não usou esse poder para encontrar Luke enquanto ele estava desaparecido???
E então ela acorda, levanta e vai para a ponte de comando acabar com a briguinha entre Poe e Holdo. E Amilyn Holdo, de repente, passa de a mais arrogante para a mais humilde e corajosa de todos.
Leia fez a atitude de Holdo parecer humildade “ela prefere se sacrificar do que ser vista como heroína”. Mas, na verdade, isso é orgulho travestido de humildade. Tipo “viu só como eu estava certa e você errado? Viu só como você deveria ter me escutado, que eu sabia o que eu estava fazendo? Eu sou mais inteligente que você, por isso eu fui promovida e você foi rebaixado”. É o desejo de se tornar mártir da causa!
Se ela realmente não se preocupasse com fama de heroísmo ela teria sido HONESTA com sua tripulação e evitado uma possibilidade de revolta de quem não queria morrer por capricho de uma líder vaidosa!!!

Pra piorar, nada disso serviu pra nada... porque DJ já tinha dedurado eles para a Primeira Ordem... então, NOVAMENTE, os planos vão por água abaixo quando são seguidos até o planeta que deveria ser um esconderijo.

A essa altura, assim como certamente vocês já estão cansados dessa resenha, eu já estava para lá de cansada de ficar naquela sala de cinema, me perguntando por que raios a história ainda não tinha acabado... foi TÃO arrastado que parecia que já durava 3 horas o filme. E foi então que me dei conta que nem tinha havido ainda a “batalha do planeta branco”, tão alardeada em trailers e posters.
A Disney só trocou a ordem dos acontecimentos (em Império Contra-Ataca esta batalha ocorre no início e em Últimos Jedi ocorre no fim), mas Disney... vocês não nos enganam!!! Foi sim mais uma tentativa de imitar os filmes originais!!!

No planeta de sal, Crait, começa uma batalha patética, com naves e speeders corroídos pelo tempo que mal se sustentam no ar. E NOVAMENTE temos a Estrela da Morte, agora em “miniatura”. A Disney tem uma obsessão descabida com essa arma!!!

Alguém me explica: como raios Finn sobreviveu ao raio da “mini Estrela da Morte” por tanto tempo, em um equipamento todo enferrujado, sendo que o poder do tal raio era suficiente para destruir uma porta maciça muito mais resistente em segundos???
E, curiosamente, mesmo Finn tendo ficado quase um minuto dentro desse raio ele sai ileso, mas Rose que entrou no raio por apenas alguns segundos só para bater em Finn sai gravemente ferida, quase morrendo.

Luke realmente não tinha como sair do planeta Ahch-To, porque Rey já tinha ido embora levando a Falcon e, não sei se repararam, Luke afundou a sua velha X-Wing no mar de propósito. E não me venham com “ah, mas quando a X-Wing caiu no pântano de Dagobah...” Em Dagobah fazia apenas algumas horas que a nave estava afundada... No caso de Last Jedi provavelmente a nave já estava ali há anos, afundada na água SALGADA do mar, que corrói tudo... Não há equipamento que resista a tanto tempo!
Isso não significa, entretanto, que a covardia de Luke seja justificável, porque para início de conversa, ele devia ter entrado na Falcon junto com Rey e enfrentado não só Kylo, mas principalmente Snoke cara-a-cara.

Rey vai à porta dos fundos da caverna e começa a levitar pedras ENORMES para salvar os sobreviventes. E, de novo (de novo), sendo overpower... sem nunca ter aprendido ou treinado aquilo! Lembrem de Luke se esforçando enormemente em Império Contra-Ataca para levitar algumas pedras pequenas e se concentrar, para só depois tentar (sem sucesso) levitar algo bem maior. Mas Rey não precisa de treinamento... Todo esse tempo com Luke foi só um desperdício para reforçar a mensagem de Despertar da Força: ela não precisa de um Mestre, ou de pais ou de qualquer tipo de mentor e familiar... Ela já nasceu sabendo tudo!!! Rey levita sozinha pedras enormes para salvar os resistentes do segundo cerco da Primeira Ordem e fugir na Falcon.
Mesmo Anakin (sendo O ESCOLHIDO!!!) precisou de 10 anos de treinamento para fazer tudo que Rey faz sem treinamento nenhum. Quando criança Anakin usava APENAS instinto, reflexo e inteligência. Não usava poderes totalmente desenvolvidos.

Já dentro da nave, não sei se notaram, ela abre e fecha uma gaveta onde é possível ver rapidamente OS MESMOS livros que estavam na ilha. Ela roubou os Livros Sagrados do Templo Jedi antes que Luke e Yoda destruíssem o local. Eu, no lugar dela faria o mesmo: “aquele velho fdp não quer me ensinar, então vou aprender sozinha”. Mas... peraí... por que ela precisa dos livros? Ela já não nasceu sabendo tudo???

No finalzinho voltamos à cidade rica Canto Bight apenas para ver duas coisas: as crianças escravas fazendo um “teatrinho” sobre os acontecimentos do filme, que foi diretamente copiado do C-3PO de R2D2 tentando contar aos Ewoks sobre a rebelião em Episódio VI e, muito provavelmente, também teve inspiração numa cena do filme 'Reino de Fogo' onde, em um futuro apocalíptico sem tecnologia, os adultos contam as histórias de Star Wars para as crianças em forma de teatrinho.
A segunda coisa a ser mostrada é um garoto ESCRAVO usando a Força para puxar a vassoura para si discretamente. Pegou a referência? Pode crer que essas crianças serão os protagonistas de uma 4ª trilogia da Disney, com a “professora Rey” no comando.

Agora quero falar um pouquinho da Rose. Muitos não gostaram dela.
Eu achei que ela foi bem construída. A primeira cena que vemos dela é ela chorando por uma personagem – sua irmã – que havíamos acabado de ver morrendo na batalha inicial. Criar uma conexão entre duas personagens ‘comuns’ da Aliança / Resistência eu achei algo legal... Elas não são meras figurantes aleatórias, como eram representados os pilotos rebeldes que morriam na maioria das vezes. Mostrou que eles também tem sua própria história pra contar.

Acho que dizer que ela está lá “só pela bilheteria da China” é muito simplista... vivemos em um mundo globalizado e em um continente (estou falando das 3 Américas) que foi inteiramente formado por imigrantes de todas as partes. Se é assim em um continente, imagina como seria em uma galáxia tão vasta e com tantos alienígenas? É mais que natural que ali haja humanos de TODAS as etnias.

Gostei dela ter ideologias sólidas. Saber quem é, no que acredita, saber o que quer. Nesse ponto ela foi muito mais parecida com os personagens da Trilogia Clássica (em especial a Leia) do que todos os outros protagonistas dessa Trilogia Disney. Finn, Poe e Rey foram simplesmente JOGADOS em cima de nós, sem explicação, sem motivo, sem identidade... Rose, ao contrário, tem a tenacidade, a inteligência e os valores que faltaram a todos os outros novatos.
Porém, o fato de ter sido mais bem construída não significa que ela tenha sido bem aproveitada. Foi bem no começo do filme, desandou lá para o final... E aquele crush repentino pelo Finn nada mais foi do que carência causada pelo luto recente.

Aliás... repararam em como estão tentando construir uma rede de romances? Primeiro Finn e Rey, com Finn caindo numa friendzone... depois teve quem shipasse Finn e Poe. Depois tentam criar uma ‘tensão sexual’ entre Rey e Kylo. Aí Rey corre de novo para os braços (abraço mesmo) de Finn. Daí Rose se declara e beija Finn. E no meio desse rolê todo o Poe foi deixado sozinho mesmo...

No geral, o filme é um show visual (bastante exagerado na minha opinião) na parte de batalhas (corporais ou espaciais), mas mesmo sendo melhor do que o Episódio VII, ainda é muito fraco para ser um filme de Star Wars digno!

Recheado de falhas de roteiro, distorcendo e retrocedendo personagens antigos, desperdiçando o potencial dos personagens novos que eles mesmos criaram. Com excesso de núcleos, parece haver vários filmes dentro de outro, tornando-o extremamente arrastaaaaaaaaaaaado...

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